Foi através dos
irmãos Chevalier, famosos óticos de paris, que Niépce entrou em
contato com outro entusiasta , que procurava obter imagens
impressionadas quimicamente: Louis Jacques Mandé Daguerre
(1787-1851). Este, durante alguns anos, causara sensação em Paris
com o seu "diorama", um espetáculo composto de enormes painéis
translúcidos, pintados por intermédio da câmera escura, que
produziam efeitos visuais (fusão, tridimensionalidade) através de
iluminação controlada no verso destes painéis.
Niépce e Daguerre durante algum tempo
mantiveram correspondência sobre seus trabalhos. Em 1829 firmaram
uma sociedade com o propósito de aperfeiçoar a heliografia,
compartilhando seus conhecimentos secretos.
A sociedade não deu certo. Daguerre, ao
perceber as grandes limitações do betume da Judéia, decidiu
prosseguir sozinho nas pesquisas com a prata halógena. Suas
experiências consistiam em expor, na câmera escura, placas de cobre
recobertas com prata polida e sensibilizadas sobre o vapor de iodo,
formando uma capa de iodeto de prata sensível à luz.
Dois anos após a morte de Niépce,
Daguerre descobriu que uma imagem quase invisível, latente, podia-se
revelar com o vapor de mercúrio, reduzindo-se, assim, de horas para
minutos o tempo de exposição. Conta a história que uma noite
Daguerre guardou uma placa sub-exposta dentro de um armário, onde
havia um termômetro de mercúrio que havia se quebrado. Ao amanhecer,
abrindo o armário, Daguerre constatou que a placa havia adquirido
uma imagem de densidade bastante satisfatória, tornara-se visível.
Em todas as áreas atingidas pela luz, o mercúrio criara um amálgama
de grande brilho, formando as áreas claras da imagem. Após a
revelação, agora controlada, Daguerre submetia a placa com a imagem
a um banho fixador, para dissolver os halogenetos de prata não
revelados, formando as áreas escuras da imagem. Inicialmente foi
usado o sal de cozinha, o cloreto de sódio, como elemento fixador,
sendo substituído posteriormente por tiossulfato de sódio (hypo) que
garantia maior durabilidade à imagem. Este processo foi batizado com
o nome de Daguerreotipia.
Em 7 de janeiro de 1839 Daguerre divulgou
o seu processo e em 19 de agosto do mesmo ano, na Academia de
Ciencias de Paris, tornou o processo acessível ao público. Daguerre
também era pintor decorador, e inventou o DIORAMA, um teatro de
efeitos de luz de velas.
Suporte para fixar a cabeça
usado na época de Daguerre
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L. J. M. Daguerre 1846

A canção da Daguerreotipia
1839

O estúdio do fotógrafo
1837

Câmara de daguerreotipia com o
monograma de Daguerre - 1839 (reconstituição) |