Na Inglaterra, descendente de nobre
família, membro do parlamento britânico, escritor e cientista
aficionado, Willian Henry Fox-Talbot (1800 - 1877) usava a câmera
escura para desenhos em suas viagens. Na intenção de fugir da
patente do daguerreótipo em seu pais e solucionar suas limitações
técnicas, pesquisava uma fórmula de impressionar quimicamente o
papel.
Talbot iniciou suas pesquisas
fotográficas, tentando obter cópias por contato de silhuetas de
folhas, plumas, rendas e outros objetos.
O papel era mergulhado em nitrato e
cloreto de prata e depois de seco, fazia seu contato com os objetos,
obtendo-se uma silhueta escura. Finalmente o papel era fixado sem
perfeição com amoníaco ou com uma solução concentrada de sal. Às
vezes, também era usado o iodeto de potássio.
No ano de 1835, Talbot construiu uma
pequena câmera de madeira, com somente 6,30 cm2, que sua
esposa chamava de "ratoeiras". A câmera foi carregada com papel de
cloreto de prata, e de acordo com a objetiva utilizada, era
necessário de meia a uma hora de exposição. A imagem negativa era
fixada em sal de cozinha e submetida a um contato com outro papel
sensível. Desse modo a cópia apresentava-se positiva sem a inversão
lateral. A mais conhecida mostra a janela da biblioteca da abadia de
Locock Abbey, considerada a primeira fotografia obtida pelo processo
negativo/positivo.
As imagens de Talbot eram bastante
pobres, devido ao seu reduzido tamanho de 2,50 cm2, se
comparadas com a heliografia de Niépce, com cerca de 25X55 cm,
obtida nove anos antes. Sua lentidão, seu tamanho e sua incapacidade
de registrar detalhes não causava interesse ao público, quando
comparados aos daguerreótipos.
Em 1839, quando chegam na Inglaterra os
rumores do invento de Daguerre, Talbot aprimorado suas pesquisas, e
precipitadamente publicou seu trabalho e apresentou à Royal
Institution e à Royal Socity. Sir Herchel logo concluiu que o
tiossulfato de sódio seria um fixador eficaz e sugeriu os termos:
fotografia, positivo e negativo.
Um ano após, o material sensível foi
substituído por iodeto de prata, sendo submetido, após a exposição,
a uma revelação com ácido gálico. Mas para as cópias continuou a
usar o papel de cloreto de prata.
O processo que inicialmente foi batizado
de Calotipia, ficou conhecido como Talbotipia e foi patenteado na
Inglaterra em 1841. Talbot comprou uma casa em Reading, contratou
uma equipe para produzir cópias, fotografou várias paisagens
turísticas e comercializava as cópias em quiosques e tendas
artísticas em toda a Grã Bretanha.
"The pencil of Nature", o primeiro livro
do mundo ilustrado com fotografia, foi publicado por Talbot em 1844.
O livro foi editado em seis grandes volumes com um total de 24
talbotipos originais, e continha a explicação detalhada de seus
trabalhos, estabelecendo certos padrões de qualidade para a
imagem.
Como o negativo da talbotipia era
constituído de um papel de boa qualidade como base de
sensibilização, na passagem para o positivo se perdiam muitos
detalhes devido a fibrosidade do papel. Muitos fotógrafos pensavam
em melhorar a qualidade da cópia utilizando como base o
vidro.

O Primeiro Negativo por volta de
1835, janela da casa de Talbot em Lacock Abbey |
W. H. Fox Talbot em
daguerreótipo de 1844

Desenho fotogênico de penas e rendas
- Fox Talbot 1839

Câmara Escura portátil, tipo usada
por Talbot e Daguerre

Capa do livro "Pencil of Nature"
1844, o primeiro ilustrado fotograficamente
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